sábado, 30 de novembro de 2013

A FEITICEIRA DO ARCO DO TELLES


"E a história de terror, mais impressionante a dos Arcos dos Teles:
O que pouca gente sabe é que o beco debaixo do arco esconde muitos dramas e alguns mistérios. Há quem o considere um lugar maldito e garanta que é mal assombrado. Dentre os diversos episódios estranhos que envolvem o lugar, veremos um dos mais terríveis: a história de uma das primeiras feiticeiras do Rio de Janeiro, certamente a mais cruel. Desculpem-me pelo relato forte e chocante. Todos os fatos que vou citar ocorreram e estão registrados em documentos antigos da polícia carioca.


Com a construção da Casa do Governo pelo governador Gomes Freire no Largo do Paço (atual Praça VX), as redondezas se valorizaram e passaram a ser freqüentadas pela sociedade. Vendo isso, o português Antônio Telles Barreto de Menezes (juiz e proprietário de terras em Jacarepaguá e Baixada Fluminense) mandou construir uma carreira de casas de aluguel naquele logradouro, em 1743.


- Quando a obra chegou à travessa do Mercado do Peixe, o engenheiro Alpoim (responsável pelo projeto) teve que traçar um amplo arco sobre ela, para que a via dos mercadores não ficasse obstruída pela nova construção. Vem daí o apelido de "Arco do Telles". Os prédios foram todos alugados, ficando os térreos principalmente para os lojistas de secos e molhados; a casa maior, justamente a que ostentava o arco, foi ocupada pelo Senado da Câmara (equivalente hoje à Câmara dos Vereadores).


- A má sina daquele local iria se revelar nessa época, mais exatamente em 20 de julho de 1790, na loja térrea próxima à rua Direita, onde existia uma loja de objetos usados denominada curiosamente de "O Caga Negócios". Um violento incêndio criminoso destruiu o prédio e deixou dezenas de feridos e dois mortos. O fogo atingiu o andar superior e consumiu o arquivo do Senado da Câmara, perdendo-se assim toda a documentação referente aos primórdios da cidade, inclusive os recibos e cobranças de foros (espécie de IPTU) e os registros gerais de imóveis.


- A partir desta tragédia, aquela área perdeu o viço e caiu em decadência, transformando-se em abrigo da malandragem e ponto de prostituição. Apesar de haver ali um oratório de N. Sra. dos Prazeres, a baixaria era tão grande que moradores das proximidades removeram a santa para a Igreja de Santo Antônio dos Pobres, onde permanece.


- Foi nesse ambiente nefasto, em meio à escória da cidade, que Bárbara dos Prazeres certa noite apareceu, rompendo a penumbra do beco do Arco dos Telles. Começava ali uma história de pavor.


- Após o incêndio do casario da Travessa do Mercado, em 1790, o lugar decaiu e tornou-se reduto de marginais e antro de prostituição do mais baixo nível. Dentre as mais famigeradas figuras do Arco do Telles nessa época, sobressaiu-se a prostituta e depois feiticeira Bárbara dos Prazeres. A maior parte dos dados abaixo foram registrados pela Intendência Geral de Polícia, criada pelo Príncipe D. João, em 1809.
- Nascida em Portugal no ano de 1770, tinha 18 anos de idade quando veio com o marido para o Brasil. No Rio de Janeiro, apaixonou-se por um mulato e assassinou o esposo para viver livremente com o amante. Consta que o homem, porém, passou a viver às custas da jovem e chegou a consumir a maior parte dos seus bens. Durante uma briga do casal, Bárbara o matou também.


- Marcada pelos assassinatos e sem meios de subsistência, restou à bela jovem de 20 anos ganhar a vida se prostituindo. Fez seu ponto exatamente ali, debaixo do Arco do Telles, onde angariou vasta clientela. Por quase 20 anos, ela considerou ter encontrado a sua vocação e o seu lugar na sociedade.


- Porém, o tempo e a vida desregrada cobraram o seu tributo. Começou a ficar velha e já não atraía tantos homens. Também as dores nos ossos a cada dia ficavam mais insuportáveis (provavelmente havia contraído sífilis). Temendo cair na miséria e na solidão, desesperada, ela procurou um remédio nas muitas casas de feitiçaria e magia negra do Rio de Janeiro, uma poção que aliviasse suas dores e a tornasse bonita e jovem outra vez.


- Uns dizem que custou todo o dinheiro que ela tinha juntado, outros, que o preço foi sua alma; de concreto, o que se sabe é que alguém lhe passou uma fórmula que teria o efeito desejado. Os principais componentes eram certas ervas e sangue humano morno, mais precisamente, de crianças ainda vivas.
- Foi quando começou a raptar meninos pobres, filhos de escravos e de mendigos, e também a ficar de tocaia na Roda dos Expostos da Santa Casa, onde eram abandonados os bebês para adoção. Não há números exatos, mas foram dezenas as vítimas que ela sacrificou no lúgubre ritual de rejuvenescimento. O pavor tomou conta da população do Rio de Janeiro, cujas crianças passaram a ser trancadas em casa e a só sair na companhia de adultos.


- Nossa personagem, nesta época, aparece nos registros do Intendente Geral de Polícia, desembargador Paulo Fernandes Vianna, como Bárbara dos Prazeres (por causa do oratório no Arco do Telles) e também como Bárbara "Onça" (referência à sua ferocidade). Parecem vir desse período as expressões: "cuidado que a bruxa está solta!" e "olha que a Onça está solta!".


- Bárbara levava suas pequenas vítimas para a tapera em que morava, na Cidade Nova. Pendurava as crianças pelos pés com uma corda, as esfaqueava e postava-se embaixo delas para banhar-se no sangue que jorrava ainda quente dos corpinhos sem vida.


- Talvez a criminosa mais procurada na cidade em todos os tempos, consta que viveu até 1830, quando simplesmente desapareceu. Nesse ano, surgiu um cadáver de mulher boiando próximo ao Largo do Paço, mas suas feições estavam irreconhecíveis. Alguns afirmaram que era Bárbara, mas outros não a identificaram. 


- Há quem suspeite (lenda urbana?) que ela continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas.


- Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas sem lua, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio e cessou o movimento da boemia, escuta-se no beco a gargalhada de Bárbara Onça, a feiticeira, ecoando assustadoramente pelos vazios escuros do Arco do Telles .Também ouvem-se choros, lamentos e palavrões, além de vultos que parecem entrar e sair pelas paredes, além de uma espécie de gargalhada espectral que muitos dizem vir do lugar onde morava a bruxa Bárbara dos Prazeres".
Foto e texto retirada da página GuaAntiga.


Francisco Tadini

domingo, 24 de novembro de 2013

O mineiro e o fechamento do Congresso Nacional

Era tardinha em Brasília. O sol refletia em um feixe dourado sobre o Lago Paranoá. A cidade estava calma depois de um vendaval político. Sentado na cadeira de presidente da República, um senhor de topete branco cafona, óculos de aros grossos e um leve sotaque mineiro.
Itamar Franco caia de paraquedas na cadeira de Presidente da República Federativa do Brasil. Era 1992. Mesmo cheio de afazeres, Itamar aceita uma audiência em seu gabinete com um grupo de parlamentares, dois deputados federais e um senador. O Brasil tinha acabado de ver surgir como um raio e desabar como uma gangorra o mandato do ex-presidente Fernando Collor. O país viveu intensamente todo o processo de impeachment.

No Palácio do Planalto, o mineiro era de vez o chefe do Executivo, não mais interino. Com sua delicadeza peculiar e sua voz baixa recebeu calorosamente os parlamentares. Ele  vieram fazer um pedido insólito.

- Recomendamos que vossa excelência feche o Congresso Nacional.

Itamar arregala os olhos, parece não acreditar nos seus ouvidos. Foi pego de surpresa. Pensou o quanto irônico era aquela situação: parlamentares pedindo para fechar o parlamento.

- Perdão, acho que não entendi.

- Foi isso mesmo, senhor presidente. Recomendamos que o senhor feche o Congresso - disse um dos parlamentares.

Itamar ajeita os óculos e franze a testa. Ele tenta entender de onde surgiu essa ideia tão estapafúrdia.

- Meus amigos, gostaria de entender o porquê dessa decisão tão drástica. Qual é o sentido?

- Senhor presidente, vivemos um momento grave. A corrupção é generalizada nas duas Casas. O dinheiro público está indo para o ralo. São poucos que ainda não entraram no esquema. É vergonhoso. Os atuais parlamentares fazem parte de uma organização criminosa.

Pálido, Itamar ajeita o topete com a mão direita. Bate com a caneta duas vezes contra o papel em sua mesa e tenta deglutir em sua mente as informações passadas. O que fazer?

- Vossa excelência, como novo presidente da República tem que tomar uma atitude firme já. Esse é o único meio para depurar o parlamento brasileiro.

De sopetão, o mineiro de Juiz de Fora respondeu:

- Não posso fazer isso.

- É o seu dever como chefe da nação.

Um outro parlamentar continua.

- Acabamos de derrubar um presidente corrupto. Vossa excelência é um homem honesto.

O homem vira a cabeça para os lados, põe um das mãos na boca como se tivesse limpando. Itamar começa a suar. Nunca recebeu uma proposta tão ousada em sua vida. A modelo Lilian Ramos ficaria com inveja.

- Sou honesto mas não autoritário. Não vou fechar o Congresso Nacional. Sei há problemas, mas não vai ser fechando que iremos resolver. Eu lutei contra a ditadura, exatamente por isso não pretendo virar um déspota. É através da democracia que esses problemas irão se resolver.

Um deles tentar intervir.

- Mas presidente, isso vai demorar... Precisamos de uma ação já!

- Que demore o tempo necessário. O parlamento é fundamental em um país democrático. O governo vai dar todo apoio necessário para que ele continue funcionando. Não vou discutir mais isso.

Meses depois estoura a primeira grande crise no Congresso Nacional, a CPI dos anões do orçamento. A primeira de muitas.

E a gente vai levando

Vai Levando

Vinicius de Moraes

Mesmo com toda a fama, com toda a brahma
Com toda a cama, com toda a lama
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa chama
Mesmo com todo o emblema, todo o problema
Todo o sistema, toda Ipanema
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa gema
Mesmo com o nada feito, com a sala escura
Com um nó no peito, com a cara dura
Não tem mais jeito, a gente não tem cura
Mesmo com o todavia, com todo dia
Com todo ia, todo não ia
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa guia
Mesmo com todo rock, com todo pop
Com todo estoque, com todo Ibope
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando esse toque
Mesmo com toda sanha, toda façanha
Toda picanha, toda campanha
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa manha
Mesmo com toda estima, com toda esgrima
Com todo clima, com tudo em cima
A gente vai levando, a gente vai levando, a gente vai levando
A gente vai levando essa rima
Mesmo com toda cédula, com toda célula
Com toda súmula, com toda sílaba
A gente vai levando, a gente vai tocando, a gente vai tomando, a gente vai dourando essa pílula !


LINK: http://www.youtube.com/watch?v=M0bPRXrGsi8

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

RESPOSTA A IMPUNIDADE

Tô louco para ver atras das grade o ex-ministro José Dirceu; o deputado José Genoino; o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares; Marcos Valério, apontado como "operador" do esquema; Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério; Kátia Rabello, ex-presidente do Banco Rural; o advogado Rogério Tolentino, o ex-deputado Pedro Corrêa e a ex-funcionária de Valério, Simone Vasconcelos.... entre outros.

Só falta o grande molusco.

De Deodoro a Dilma

A República começou há 124 anos com o nome de Estados Unidos do Brasil e oito ministros, em vez dos 39 de hoje.
De acordo com a biblioteca do Planalto, eram três ministérios: Guerra, Marinha e Fazenda.
Havia ainda cinco secretarias ligadas à Presidência: Justiça, Negócios Estrangeiros, Interior, Agricultura (que também incluía Comércio e Obras Públicas) e Instrução Pública (que também incluía Correios e Telégrafos).
Na época, os impostos tomavam 10% da renda do país; hoje são 35%.

Fonte: site da Folha de São Paulo

sábado, 2 de novembro de 2013

TARDE DEMAIS


O secretário Estadual de Segurança José Mariano Beltrame, lamentou a morte de duas pessoas durante o tiroteio, em Bangu. Um PM e uma criança de 8 anos morreram na tragédia. Criminosos tentaram invadir O fórum do bairro para resgatar bandidos. O secretário defendeu o uso do recurso de videoconferência durante as audiências judiciais para impedir o q aconteceu nesta quinta. Ok, a ideia não é nova, mas só quando acontecesse este tipo de situação é lembrada. Segue o link:





http://videos.r7.com/beltrame-defende-uso-de-videoconferencia-em-audiencias-judiciais-no-rio-de-janeiro/idmedia/5273f8570cf25d22b525a619.html