terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A república da cagalhada e do carnaval

Assim começou a república brasileira...


Deodoro desabafa com Floriano



A República foi proclamada em 15 de Novembro de 1889 de maneira tão atabalhoada que o chamado Governo Provisório, chefiado pelo marechal Deodoro da Fonseca, teve de tentar reorganizar toda uma administração e uma enorme burocracia composta na sua maior parte por fiéis servidores do Imperador. Ainda que muitos funcionários tenham se apressado em renegar suas antigas convicções monarquistas, os militares que acabavam de assumir o poder deveriam substituir a maior parte dos cargos de confiança. Isso naturalmente criava tensões consideráveis e a irritação do velho marechal Deodoro era constante. Nesta carta de 21 de Agosto de 1890, dirigida a Floriano Peixoto, uma das mais contundentes e irônicas da correspondência conhecida entre os dois grandes líderes militares dos primórdios da República, Deodoro deixa transparecer claramente seu aborrecimento:

Floriano, estou convencido de que todos procuram contrariar-me: mais uma cagalhada.
Na ordem do dia nº 90 vem a nomeação do alferes Carlos Baptista de Oliveira ,que é arregimentado, para oficial de ordens do comandante da Escola Militar.
Viva o ministro da Guerra
Viva o ajudante general
Viva o carnaval.
21 de agosto
O amigo velho,
Deodoro
PS.: Depois de amanhã passarei telegrama ao governador do Ceará fazendo recolher o alferes.




 Texto de Pedro Correa do Lago
Fonte: site da Revista Piauí
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-manuscritas/geral/deodoro-desabafa-com-floriano

sábado, 28 de dezembro de 2013

ESSA VAI PARA OS PICHADORES

RECEITA DE ANO NOVO


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade
 
 

sábado, 21 de dezembro de 2013

O vendedor e o Hare Krishna

Diálogo que aconteceu agora na Feira do Lavradio entre um vendedor ambulante e um Hare Krishna.

O vendedor chega com um saco cheio de gelo e latinhas de cerveja e Ice.

- Vai uma cervejinha aí, ô da careca?

- Não obrigado, só aceito leite, água, suco de frutas...

- Suco de fruta? Eu tenho uma parada q vai servir pra você.

O homem puxa uma latinha de Smirnoff Ice e o Hare Krisha olha com espanto:

- Não, isso não pode.

- Ué meu amigo, aqui tem suco de limão, pô.

- Não vou bem esse suco que eu imaginei.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Vc nota q seu país é uma merda quando o termo mais procurado no Google em 2013 foi o Big Brother Brasil.

TAPETE TRICOLOR

Alladin anda com inveja do Fluminense. O tapete voador anda mais farto nas Laranjeiras do que nas Arábias. Aliás, seria Alladin ou Ali Babá?



segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

mundo moderno

Acho interessante quando vejo uma foto de Fidel Castro usando um casaco da Adidas.Isso q se chama de mídia espontânea.

O q faz esse bando de índios aqui no Maracanã? Vai invadir a sede da Funai!

KIEV 2013 E BUDAPESTE 1956 - UM PARALELO



Os recentes protestos em Kiev na Ucrânia exigindo que o governo se afaste da influência russa e foque na Europa Ocidental lembra o passado. Os ucranianos chegaram até derrubar uma estátua de Lênin, o pai da revolução russa. Para eles, a Rússia é nociva aos interesses nacionais e é vista como uma ditadura comandada por Vladimir Putin. Essa  história toda parece muito o que aconteceu no tempo da Guerra Fria. Lá pelos anos 50 e também em um país do Leste Europeu.

A cidade estava em polvorosa nos dias de outubro e novembro de 1956. Centenas de milhares de pessoas nas ruas de Budapeste gritavam palavras de ordem.

- Russos voltem pra casa!





As mentes em torno de uma só ideia: acabar com a terrível influência soviética na Hungria. Na verdade quem mandava no país eram os camaradas de Moscou.

 O ápice da revolta foi a derrubada de uma estátua de Josef Stalin em uma das principais praças da capital. Algum gaiato pichou as iniciais WC no rosto já destruído após vários pisões e chutes dos moradores enfurecidos. O Exército Húngaro não fazia nada, chegou até a apoiar o povo.

Nesta época, a Rússia vivia em processo de desestanilização promovida pelo novo secretário geral do Partido Comunista, Nikita Kruschev. Ele parecia abrir aos poucos a URSS para uma espécie de democracia bolchevique.
Abriu-se então a brecha para os revoltosos, em sua grande maioria composta por estudantes. Eles exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". O povo não queria mais ser governado pelos conservadores Enro Gero e Matias Rakosi. Eles eram visto como capachos de Moscou. O povo queria o nacionalista Imre Nagy, e gritava por seu nome. A vontade popular se fez e Nagy assumiu o governo. Uma vitória retumbante e extraordinária, mas que durou pouco tempo.
Nagy foi à rádio e comunicou uma série de mudanças democráticas, como a instalação do multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria. O país chegou até a sair do Pacto de Varsóvia.
  
O Kremlin inicialmente e de maneira estranha aceita todas as resoluções húngaras e até retirou suas tropas do país.

Na verdade Nikita Kruschev estava furioso e socava a mesa de seu gabinete. Tentou se acalmar arremessando o sapato do pé esquerdo contra a parede.
- Acabem com esta palhaçada!
Kruchtchev e a direção do Partido soviético, apesar das suas promessas públicas, logo decidiram impedir que o país saísse da influencia da União Soviética. Na cabeça dos russos, aquilo era uma afronta. Na madrugada de 4 de novembro, com a desculpa de supostas negociações, a KGB preparou uma armadilha aos dirigentes húngaros. A seguir, aproximadamente 2500 tanques e 100 mil soldados do Exército soviético invadiram a Hungria. Às 5 horas e 20 minutos, a Rádio Nacional Livre começou a transmitir um comunicado dramático: “Aqui fala Imre Nagy...Esta madrugada as tropas soviéticas iniciaram um ataque contra a nossa capital com a clara intenção de derrubar o Governo legítimo e democrático da Hungria. As nossas tropas estão a lutar! O Governo mantém-se no lugar...”

Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.

O Exército Vermelho invade Budapeste, com mais de mil tanques, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, derrotando em alguns dias as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas só deixaram  verdadeiramente a Hungria em 1991.

Em Moscou Kruschev coçava a careca aliviado. Ele que havia se transformando em um anti-Stalin acabou agindo de maneira mais cruel do que seu antecessor. O camarada retira seus óculos e olha com atenção para a lente e pensa.

- O que Stalin faria no meu lugar?

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

JORNALISMO E A CURIOSIDADE

 Este pequeno texto continua atualíssimo. Salve João do Rio!

"O público quer uma nova curiosidade. As multidões meridionais são mais ou menos nervosas. A curiosidade, o apetite de saber, de estar informado, de ser conhecedor são os primeiros sintomas da agitação e da nevrose. Há da parte do público uma curiosidade malsã, quase excessiva. Não se quer conhecer as obras, prefere-se indagar a vida dos autores. Precisamos saber? Remontamos logo às origens, desventramos os ídolos, viviemos com eles. A curiosidade é hoje uma ânsia... Ora, o jornalismo é o pai da nevrose porque transformou a crítica e fez a reportagem."

João do Rio - Momento Literário - 1908





sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PENSATAS PACATAS - SORTEIO DA COPA

- Rodrigo Hilbert é ruim demais

- Fernanda Lima tá gostosa pra cacete, olha q nunca achei isso tudo

- Foi bonito ver Alcides Ghiggia, nosso carrasco-mor, no sorteio. Tomara q ele não traga o fastasma de 1950. Buuuuuuuuuuu!

- Jerome Valcke não parava de olhar os peitões da Fernanda Lima.


- Desde quando Fernanda Lima tem peitões?



- Se os chefões da Fifa vissem hoje o entorno do Maracanã após as chuvas.... sei não.

- A Globo vem minimizando mas eu acho q o grupo do Brasil com  Croácia, Camarões e México não é fácil não.

- Não sabia q a música 1 X 0 do Pixinguinha tinha letra. Seria muito melhor no instrumental. 

- O dueto entre Vanessa da Mata e Alexandre Pires foi algo tenebroso. 

- Boa ideia terminar o show com Margareth Meneses e Olodum.  

- Por que a tradução simultânea é sempre ruim?