A queda da monarquia, em 1889; República do Café com Leite; a ascensão de Vargas, em 1930; o Estado Novo de 37; a República Nova de 1946; o Golpe de 64; a Nova República de
Esses acontecimentos mudaram completamente a vida política brasileira, deixando consequências até os dias de hoje. Mas essas mudanças não foram vistas na sua estrutura, na sua base. Na forma de fazer política e escolhe-los. Políticos que apoiavam o Imperador viraram rapidamente republicanos ou então aqueles políticos que davam suporte a ditaduras se travestiram em democratas por passe de mágica.
Todos se acomodam graças a uma vaselina política que fazem nossos representantes (nossos mesmo?) penetrar em qualquer governo.
Lula que o diga.
Essa vaselina é uma característica tão brasileira quanto o futebol, a cachaça, o samba e a bunda. Aliás, é até mais antiga que esses quatro ícones.
O nosso povo também tem culpa nisso, pouco fiscalizou, pouco reclamou. Deixa tudo na mão do Estado. Vargas, o criador do Estado paternalista, depois copiados pelos militares de 64, conseguiu imbutir isso na cabeça de nossa gente. O governo monopoliza todas as ações e o povo tem apenas o poder de assistir e acatar. Mudar isso, parecia difícil.
Contudo, uma luz no fim do túnel. Na última quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu que a lei da ficha limpa vale para as eleições de outubro deste ano. Com isso, políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos não poderão ser candidatos no pleito de outubro.
Uma revolução! Parafraseando o nosso presidente, pela primeira vez na história desse país.
Com a decisão, uma fatia considerável de políticos corruptos que se escondem nas carreiras políticas para evitar processos ficarão de fora das eleições.
Dados do site Congresso em foco
'O número de processos contra deputados e senadores em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dobrou desde o início da atual legislatura. O total de investigações envolvendo deputados e senadores saltou de 197, em abril de 2007, para 397, concluído no último dia 30. Nesse mesmo período, subiu de 101 para
Entre as denúncias mais frequentes contra deputados e senadores, estão as de crime de responsabilidade (praticados no exercício de outra função pública), peculato (apropriação, por funcionário público, de bem ou valor de que tem a posse em razão do cargo, em proveito próprio ou alheio), formação de quadrilha, crimes eleitorais, ambientais, contra a ordem tributária e a Lei de Licitações. Também há acusações de menor gravidade, como os chamados crimes contra a honra, como calúnia, infâmia e difamação.’
Os números são impressionantes.
Com a provação da Lei da Ficha Limpa está por vir, algo que nunca presenciamos uma mudança drástica e firme nas bases políticas. Vai mudar a forma como vemos, analisamos e escolhemos nossos representantes. E o político também terá q adotar novas posturas para continuar na carreira. Acabou o “rouba mas faz”. Acabou a audácia de uma grande parcela de “nobres excelências” que se divertiam enfiando nos bolsos (como um lobo no mel) o dinheiro de suados impostos que pagamos.
A metamorfose começou com uma iniciativa popular que ultrapassou a faixa de um milhão e seiscentas mil assinaturas. O projeto chegou ao Congresso Nacional e foi votado rapidamente pelas duas casas, aprovada pelo Executivo e protocolada pelo Judiciário. Quem vai ser contra?
Nós vimos uma mobilização popular maior que as Diretas Já e a queda de Collor. Uma mobilização silenciosa que correu livremente na internet.
Claro que haverá uma reação. Os corruptos não vão sair assim tão facilmente. Uma série de liminares, até de uma contra-mobilização será armada para evitar a boa atitude.
Esse primeiro momento será bem tenso, diria que até sangrento... mas vai passar.
Uma nova era da política brasileira nos espera. De prosperidade, clareza e transparência...agora em solo tupiniquim. Mas, é importante dizer, este é apenas o primeiro passo para a moralização geral de nossas instituições.
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