Quinta
- feira 22h. Acordei assustado. Uma sonora e enorme gritaria vinha da
rua Marquês de Abrantes, no Flamengo. A gritaria foi num crescendo
impressionante. Levantei da cama e fiquei na portaria do meu prédio para
ver o que estava acontecendo. Curiosidade mata.
Não sabia que
momentos antes, a PM e manifestantes entraram em confronto. Exatamente
na porta do Palácio Guanabara. Como sutileza não é uma das
características dos policiais... veio a reação popular.
A gritaria que só aumentava de volume era na verdade, vaia seguida de xingamentos a Polícia Militar.
Para que retornassem a Senador Vergueiro, a tropa entrou na Marquês de
Paraná. Eram várias viaturas do Batalhão de Choque e um blindado q lança
jatos d'água. No alto deste veículo um PM todo de preto. Era ele quem
direcionava os jatos. O homem permanecia de pé, parecia o Mussolini
seguindo para Roma, antes do golpe de 1922. A identificação visual da
tropa era aquele elmo medieval com um círculo em volta, o símbolo do
Choque. As vaias só aumentavam, estilo q a presidenta recebeu em
Brasília. No Flamengo, não mora Joseph Blatter, por isso ninguém pediu
fair play e respecto.
Uuuuuuuuuuuuuuuuuuhhhh PM fdp!!!!!! Fora!!!! Não queremos vcs aqui!!!!! Cambada de fdp!!!!
Os xingamentos também se estendiam ao sobrenome do descobridor do Brasil.
A única que gostou da presença desses estranhos era uma velhinha no
prédio em frente ao meu. Ela estava de camisola branca e batia palmas
lentamente. Talvez saudosa dos tempos da Redentora. Um pensamento deve
ter passado por sua mente quando viu os militares.
- Na minha época, não tinha essa baderna toda.
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