segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O suicídio que mudou a história




Há 55 anos, o Brasil perdia o seu maior líder político. Getúlio Dornelles Vargas se suicidou com um tiro no coração na manhã de 24 de agosto de 1954, dentro de seu quarto no Palácio do Catete.

Perseguido pelos jornais e pressionado por políticos e militares conservadores desde o início de seu mandato, em janeiro de 1951, Getúlio governava aos trancos e barrancos. A pressão se intensificou após o atentado na Rua Tolenero, cujo mandante foi seu guarda pessoal, Gregório Fortunato. O capanga tentou acabar com a vida do maior adversário político de seu patrão: Carlos Lacerda. O tiro saiu pela culatra.

Getúlio acusado como mentor do atentato ficou em uma situação delicada. Ele deveria renunciar ou se afastar da presidência o quanto antes, senão poderia sofrer um golpe de estado.

Getúlio, sem saída, resolveu tomar uma atitude decisiva: se matar. Foi uma reviravolta, o povo chorou e desceu as ruas , muito quebra-quabra, quase uma guerra civil. Resultado: um possível golpe militar foi evitado. Os mesmos militares tomariam o poder dez anos depois.

Getúlio era odiado por atos cometidos durante seu primeiro governo, de 1930 a 1945. Principalmente os últimos oito anos, período conhecido como Estado Novo. Era a ditadura pura e simples, com o fechamento do Parlamento, empastelamento de jornais, prisão de todos aqueles que eram ameaças ou que simplesmente protestavam contra o regime, além de tortura nos presos (nas mãos de Filinto Muller). Terror puro.

Apesar disso tudo o Pai dos pobres era reconhecido por sua enorme capacidade de negociar, governar e comandas as massas. Getúlio é o pai do desenvolvimentismo ao Brasil. Ele criou a Petrobras, a Cia Vale do Rio Doce, CSN, o BNDES, as bases da Eletrobrás, a CLT, a Justiça do Trabalho e muitas outras coisas. O cara pensou no futuro do Brasil, algo que não vemos atualmente.

Vargas sempre foi um nacionalista inveterado, sempre pensou no bem estar da população, mas foi vencido pelas forças conservadoras lideradas por Carlos Lacerda. Não há na história política de Vargas uma nódoa contra a sua honestidade. O homem que mais tempo governou o Brasil em toda a República não enriqueceu. É deste tipo de político que nós precisamos hoje. Um líder forte, bom negociador, nacionalista e não-corrupto. Ele era fascinado pelo poder.


Getúlio Vargas continua sendo um marco na história brasileira e mesmo o tiro da Colt contra o seu coração não apagou a importância de seu legado. Legado que muitos tentam imitar e outros destruir.










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